terça-feira, 24 de julho de 2007

DO OUTRO (E “NO MESMO”) LADO DA GALERA!



Curiosos como são os relacionamentos pessoais e amorosos. Quando o apreço por um time de futebol entra na história (e já está na trajetória de sua vida), aí você confunde o pessoal e o amoroso com o particular e o sentimental. A sua pessoa tem condutas, normas e torce por um time. O seu amor é o que você faz e gosta de fazer. O seu amor é seu time. E é aquela pessoa.
Há pouco tempo “inventei” de apregoar por aí que não quero mais uma namorada, companheira, esposa, amante (sim, amor da gente tem que ser a nossa amante!) que torça pelo mesmo time que o meu. Por quê? Perde a graça você se relacionar com alguém que no final de semana vai comemorar contigo a vitória, ficar indiferente ao empate ou lamentar a derrota do time do coração.
É eletrizante um zoar do outro. Rir da desgraça alheia quando suas cores dão o tom em campo. Ou não atender ao companheiro ou companheira quando o assunto é futebol, justamente pela surra que seu “amor maior” tomou na rodada do final de semana.
A “invenção” não foi por acaso. Ano passado fui ao estádio e vi uma família bem constituída (mãe e pai jovens e um garotinho dando seus primeiros passos). O trio paramentado de verde e branco. O casal entoava todos os gritos e hinos da torcida do Coritiba. O pequeno baby ensaiava os primeiros compassos ritmados pra acompanhar o agito (brasileiro é demais, já vem com o gingado lá do berço!).
Filosofei ao extremo, achei maravilhosa a uniformidade clubística familiar e, por isso, pensei no contraditório. A partir daquele dia entendi que eu, como torcedor do Coritiba, teria que ter uma companheira atleticana e que nossa filha fosse adepta do Paraná Clube. Doideira! Leonino ao extremo (perfeito, claro)!
A língua paga. A vida cobra com juros e correção monetária. Há pouco mais de um mês vivo um intenso Atle-Tiba. Relaciono-me com uma ácida torcedora rubro-negra. Falta a filha paranista, mas como presente o kit veio com três lindas garotinhas... rubro-negras. Nem tudo é perfeito. Mas o amor é! Tá ganhando graça isso! Na arquibancada, cada qual pro seu lado. O amor nos aproxima! É gol pra todos os lados!
Relacionamento é apimentado com tensão, birra, cobrança, explosão, euforia, calor, juras de amor, delírio. Na arquibancada a tensão nos 90 minutos provoca a birra do torcedor com seu time. Existe a cobrança por mais empenho. Explosão na hora do gol. Euforia em meio ao calor da galera. Juras de amor às suas cores. Delírio.
Quanto Prazer! Pra todos os lados!
Ilustração: jangadabrasil.com.br

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